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sexta-feira, 7 de agosto de 2015

Entrada no Alaska pela Alcan Border- Fairbanks - Coldfoot - Prudhoe bay e Anchorage - o Retorno

Realizados! Esse e o sentimento dos expedicionários nesse momento.
Bom dia caros amigos. Estamos escrevendo direto de Anchorage no Alaska para contar como foi a chegada ao topo das Américas seguindo a direção de nossas viseiras por 60 dias.


A entrada no Alaska


Com uma fronteira simples mas organizada, deixamos o saudoso Canadá e com facilidade entramos nos Estados Unidos novamente, dessa vez no estado do Alaska, através da Alcan Border. De tão simples a gente chega a desconfiar já que ainda vai demorar um pouco pra esquecer de como são feitos os tramites em alguns países da sul América e centro América.
A estrada 'é muito boa e a paisagem nao muda, nos brindando com vales e riachos atapetados pela tundra.


A natureza selvagem do Alaska!

Por toda a estrada, lagos e florestas de Tundra.


Deixando Yukon!



Fronteira, 5 minutos para os trâmites.




Felizes por termos chegado ao Alaska. Destino inicial atingido!



O dia de pilotagem foi agradável e a chegada ate Fairbanks foi tranquila, percorrendo uma distância de 500km. As queimadas constantes do Alaska começaram a surgir e também os milhares de mosquitos que nos cercavam sempre que parávamos, apesar dos banhos diários e do repelente.



O caminho foi pela Alaska Highway até a Delta Junction, onde pegamos a Richardson Highway. Na verdade a gente continua sempre ao norte e a estrada vai mudando de nome durante o trajeto.
Fairbanks é uma cidade agradável e estruturada, sendo a cidade geograficamente central do Alaska.
Chegamos  no domingo e nos  detivemos em Fairbanks para trocar os pneus das motos e nos prepararmos para subir a Dalton Highway até Dead Horse, extremo norte.

Pneu de Estelita. Será que precisava trocar?

Conversamos com o pessoal da concessionária Harley/BMW - Outpost Alaska e organizamos a troca de pneu das motos ainda na segunda-feira. Esse local é uma daquelas esquinas do mundo onde encontramos motociclistas indo e vindo de Dead Horse, cada um com sua historia e com uma vivência diferente, o que ajuda a construir a fama dessa estrada. Ficamos na loja por umas 04 horas e foi tempo suficiente para experimentarmos uma expectativa altamente flutuante em relação ao que enfrentaríamos rumo ao norte. Em alguns momentos ficávamos deprimidos e calados com o relato daqueles que experimentaram problemas sérios no trajeto ou desistiram de fazê-lo depois de chegar até ali. Em outros momentos nos sentíamos confiantes e estimulados por aqueles que com ou sem problemas percorreram a estrada e nos diziam que teríamos plenas condições de fazê-la.
Uma pessoa muita importante foi o Brasileiro José de Alencar de Belém-PA, que estava na loja depois de ter feito o trajeto com êxito, porem seu parceiro de jornada havia se acidentado e estava hospitalizado mas por sorte sem gravidade. José de Alencar estava aguardando a moto do seu amigo para organizar o despacho precoce das motos ao Brasil e o seu retorno, amparando o amigo que tinha ordens médicas para não pilotar por pelo menos 15 dias.
Segundo José, no dia de sua partida para o Alaska, encontrou com um grupo de 05 pessoas que no mesmo balcão da concessionária não se sentiram seguros para a " travessia" e deixaram as motos, seguindo de carro alugado ate Dead Horse.
A dica mais valiosa, foi a observação da janela climática. Precisavamos de uma janela de 04 dias para ir com a seguranca necessária a Dead Horse. A chuva mudaria tudo e poderia gerar trechos de muita dificuldade e de alto risco  para pilotos medianos como nós. Talvez para um profissional fosse pura diversão.
Nos reunimos na loja mesmo e verificamos o tempo que estava chuvoso já há alguns dias e eis que a chuva daria uma trégua de quarta-feira  a sexta-feira, reiniciando no sábado. Não eram os 04 dias, mas já eram 03 e poderíamos ir em dois dias e voltar em apenas um, já que o dia nessa região tem quase 24 horas.
Tentem imaginar o sentimento intimo de euforia que nos foi servido numa cumbuca de apreensão nesse momento. Tínhamos a condição, um pouco apertada,, porem ainda martelavam na nossa cabeça as inúmeras informações boas e ruins que havíamos recolhidos nos últimos dias. Estava decidido, esperaríamos mais um dia, mas iríamos! Obrigado José e obrigado ao Marcelo Spode, que fez o trajeto uns dias antes e por mensagem disse pro Silvio caprichar nos pneus e avançar.

Amigos Mexicanos que encontramos na Outpost Alaska!


José de Alencar de Belém!

Fairbanks foi uma cidade aprazível, fizemos amizade com outros motociclistas do México, que estavam por decidir se seguiriam ou não, fizemos amizade com o brasileiro Gui, casado com uma Mexicana que trabalha no hotel e estuda engenharia de petróleo na universidade do Alaska. Estão esperando gêmeos! Saúde e felicidade para a família.  Conhecemos e nos tornamos amigos do Sérvio Serge que tem um irmão que vive no Brasil e nos atendeu muito bem no recomendadíssimo Lavelle's Bistrô, no Marriot Hotel. Dita pelo Achilles, ..."a melhor comida da viagem"...
Encontramos e nos reencontramos várias vezes na estrada com o querido casal de Itajaí, Toni e Gabriela, que alugaram uma  Gold Wing nos EUA e estavam viajando já há alguns dias, tornaram-se outros bons amigos da estrada. Dividimos algumas refeiçoes e fizemos o passeio para a tão esperada baía de Prudhoe bay, onde avistamos e conhecemos o Ártico. Enfim, no extremo Norte!

Grande Serge! Esse vai longe!

Gui e sua esposa a espera de gêmeos!

Toni e Gabriela de Itajaí, casal parceiro!



De Faibanks a Dead Horse!


Ansiosos que estávamos para enfrentar a famosa Dalton Highway, famosa pelo sua importância, sua periculosidade e por ser, mais do que tudo, um marco para muitos aventureiros, entre eles, motociclistas, como nós.
Saímos cedinho de Fairbanks, e logo na saída tivemos o prazer de sermos agraciados com uma oração do Americano Bruce, pessoa que conhecemos no hotel, com uma fala agradável, também motociclista vindo com um amigo da Califórnia, no entanto, não rumava para o Norte. Gentilmente, nos pediu se poderia orar por nós, pois o feito de termos vindo do Brasil chamou sua atenção. Até então parecia tudo simples, mas ao iniciar, mesmo em inglês onde talvez não pudéssemos entender "ipsis literis" as palavras, foi tocante para todos ali! O sentimento bom, um nó na garganta, o silêncio, o pensamento de tudo que já havíamos percorrido, visto e ainda a meta a percorrer, trouxe olhos umedecidos, emocionados! "Thank you Bruce, it was a pleasure for us having you praying for us!!!"

Bruce que pediu licença para orar pela nossa viagem e nos emocionou!


Rodamos uns 120km de asfalto, apreensivos pela Dalton iniciar. O primeiro trecho, de asfalto, com algumas irregularidades, ondulações na pista causadas pelo Phermafrost (fenômeno do solo do Alaska, que congela dificultando a solidez e alterando o coeficiente de dilatação das rodovias, inclusive implantação de postes de luz, dando o aspecto de trincos ou fendas por toda sua extensão), com curvas, mas bem segura, com a mesma paisagem da tundra nos acompanhando. Foi interessante chegarmos a famosa placa, Dalton Highway, que na verdade indica o início da estrada, mas sem maiores alusões a esta estrada, placa simples que não reproduz nossa ansiedade, assim como de muitos aventureiros, de ter percorrido seus 24.000km para então rumar para o extremo norte!

Início da Dalton Highway!


Parada para descanso!



Na placa identificamos alguns adesivos dos aventureiros como  do Marcelo Spode e Zagonel, brasileiros que nos acompanharam nas conversas, pois haviam feito o mesmo trajeto há pouco tempo, nos foram muito úteis, servindo como exemplo. Ali fizemos questão de deixar a marca da Expediçãoo 3 Américas, fotos e adesivamos a famosa placa! Chamou a atenção, enquanto parados, a quantidade de mosquitos, mas que nem de longe desviou nosso pensamento e apreensão de como seria dali pra frente. Sentimento bom, acredito que para todos.
Dada a largada em direção a Cold Foot. Fomos cautelosos no trajeto, onde se apresentou com vários locais de "loose gravel" ou cascalho solto, porém, diferentes do que estamos acostumados, junto com o cascalho, usam um químico (Cloreto de Calcio) que ajuda a endurecer o solo, tornando-o uma espécie de concreto, com algumas pedras soltas remanescentes. Andamos numa velocidade segura, não enfrentamos maiores problemas, no entanto, fomos agraciados com a tal janela de sol, pois com chuva, dizem ser outra estrada, lisa, perigosa para motos. No meio do caminho entre  Fairbanks e Coldfoot há um vilarejo chamado Yukon River, que obviamente leva o nome do principal rio do norte do Candá e Alaska. É uma parada obrigatória para abastecimento.

Yukon River! Imponente!

Pipeline que serpenteia a Dalton Highway por tudo sua extensão.

Carregada a Estelita!


Como de costume na américa do norte, sempre há atividade nos rios!

Única bomba de combustíveis de Yukon River!

Ao tradicional estilo Self Service!


Alguns quilômetros antes de chegarmos à Coldfoot passamos pela linha imaginária que demarca o início do Círculo Polar Ártico, que define a região do extremo norte da terra.

A chegada ao círculo polar Ártico!

Família do Silvio, sempre viajando junto!

Aqui estamos! Objetivo 02 atingido: O Círculo Polar Ártico. Vamos seguindo!


Aproximadamente 6 horas após, chegarmos a Cold Foot, cidadezinha conhecida por estar no meio do caminho entre Fairbanks e Dead Horse, na Dalton. Pequena, com apenas uns 10 habitantes no inverno, almoçamos no restaurante em frente ao posto de abastecimento, parada obrigatória para motociclistas e aventureiros, pois é o último posto até Dead Horse. A sensação de termos chegado ilesos foi muito boa, ver outros motociclistas nos deixou felizes e o clima estava a nosso favor, sentimos isso.

Pedras soltas por toda a estrada! Atenção!



Harmonia sempre presente. Trio que funcionou muito bem!



A "grande" Coldfoot!

O único parador e restaurante do caminho!

E o único posto de abastecimento para os próximos 400km. Não poderia faltar um grande caminhão!


Decidimos por ficar uns 20km pra frente de Cold Foot, num local chamado de Wiseman, indicação do amigo Gonzalo, lá da Colômbia. Chegamos ao local, onde são algumas cabanas, bem rústicas, próximas a um rio, fazendo um cenário tipico Alasqueano, com chifres de Moose (alce), Caribous e peles de ursos e outros animais regionais. Lugar pitoresco, interessante. Fomos bem recebidos, mas apesar de cedo, nada tínhamos pra fazer, pois internet e outras tecnologias não estavam disponíveis em local tão longínquo. A decisão foi dormir cedo pra acordar cedo, rimos até, pois pela primeira vez, deitamos as 20h, ou antes!

Sequência de fotos das charmosas cabanas de Wiseman!

Cães de Trenó!



Curtindo uma cadeira de pele de Urso!


Foto do inverno nas cabanas de Wiseman!


A intenção foi de percorrer a última perna da Dalton saindo bem cedinho, não ao amanhecer, pois de noite mesmo são apenas 1 ou 2 horas por dia, mas saímos as 5am. Nos preocupamos, pois choveu muito durante a noite, o solo ainda molhado, nos deixou temerosos dáquilo que estávamos avisados ser um fator de risco, Dalton com chuva.
Iniciamos o trajeto já com as capas de chuva e ao seu jeito a Dalton Highway vai preparando o motociclista para suas armadilhas, e assim foi, pois havia ali um pequeno trecho de asfalto antes do início do "loose gravel" e o sol já timidamente dava o ar da graça. Com o sol subindo por trás das montanhas o cenário nesse trechinho de asfalto ficou deslumbrante.  Nos afastando um pouco de Wiseman tudo mostrava que seria como no dia anterior. Solo compacto, estilo chão batido, com pedras soltas.

Nosso amigo sol!






Quanto mais nos aproximávamos da cadeia de montanhas que cercam o "Atigun Pass", mais o sol ficava impenetrável e uma densa neblina se apresentava, condensando sobre as bolhas e capacetes e aumentando a sensação de frio que já cortava os expedicionários. 
Todos nós andamos todo o trecho com ABS e controle de tração desligados para podermos utilizar  pequenas derrapagens e acelerações de forma controlada, mantendo sempre o equilíbrio das motos. 
O solo ficou com aspecto muito liso e já podíamos ouvir o barro com pedras batendo dentro dos paralamas e da proteção do motor. Isso se deu em um trecho da estrada que segue pela encosta das montanhas com muitas curvas subidas e descidas íngremes. O silêncio nos capacetes denunciava a concentração dos pilotos e só era cortado pelo aviso de "cuidado aqui está bem liso"ou pelo "ops, quase", quando a estrada nos tirava pra dançar.  Conheçam um pouco sobre esse trecho clicando aqui: Atigun Pass

Sequência que mostra a beleza sedutora da região e a constante mudança de humor do clima!





Agora complicou1 Barro, neblina e montanha!


Talvez a maior armadilha da Dalton seja seu cenário cinematográfico, composto por vales, montanhas, riachos, tundra, neblina, frio, enfim, difícil o equilíbrio entre prestar atenção na estrada e nos encantos da natureza. Mas sem dúvida esse trecho está gravado com cinzel e martelo na nossa memória.
Nessa estrada há um pouco de trânsito e em geral caminhões longos que levam equipamentos e suprimentos para a estação de petróleo em Prudhoe Bay. Por vezes as carretas tem um cavalinho adicional pendurado atrás para funcionar como tração ou freio extra, para transpor as subidas e descidas íngremes e longas.
Com as viseiras abertas por conta da densa neblina e o frio cortando o rosto ( barba providencial), seguíamos inseguros pela iminência de um tombo e seguros pela condição da estrada, a forma como conduzíamos e os pneus que nos transmitiam boa aderência. A velocidade era baixa e quando nos sentíamos um pouco mais confortáveis aumentávamos a velocidade, ganhando assim confiança. Aos poucos o trecho que ficava para trás era maior do que o que havia pela frente e o povoado de Dead Horse começava a aparecer na tela do GPS. 

Quase chegando a Dead Horse mais uma pequena extensão de asfalto e ao lado um animal de grande porte que em princípio pensamos se tratar de um urso. Paramos e começamos a fotografar identificando como uma espécie de bisão com lã chamado de "MusK Ox", imponente. Apenas em torno de 3 mil remanescentes, segundo um guia local.

Musk-Ox. É gigante!

Empolgados com o trecho de asfalto e já avistando Dead Horse ao longe, aceleramos nossas motos motivados pela adrenalina da ansiedade. De novo a Dalton mostrou suas armadilhas. Sem aviso o asfalto deixou de existir, ficando em seu lugar uma densa camada de cascalho solto, recém espalhado. 
Valentine, Anita e Estelita protagonizaram uma valsa ao melhor estilo "Danúbio Azul" com seus pilotos. Com calma e abrindo um pouco mais o acelerador, contrariando os instintos de reduzir a velocidade, mas atendendo aos ensinamentos da pilotagem off-road elas foram postas à prumo novamente, retomando a segurança da tocada. Gustavo que no exato momento iniciava a ultrapassagem por Silvio foi quem fez os passos mais marcados, usando grande parte do "salão", mas conduzindo a dança com maestria para orgulho de Strauss.  Ufa! Foi por pouco.

Algumas centenas de metros adiante, ainda no cascalho, mas já em uma tocada segura, aproxima-se no sentido contrário uma enorme carreta "pipa", com um jato forte molhando a pista, que nesse momento era elevada algo como 1,5 m do restante do terreno. Gustavo que andava a frente se viu atingido pelo jato e jogado barranco abaixo. Sem ter como parar e por onde escapar, gritou no intercomunicador: "Putz!! E agora?", no exato momento em que o motorista do caminhão gentilmente desligou a água para que pudéssemos passar em segurança. Parabéns ao país que tem um respeito no trânsito e uma cordialidade por parte dos funcionários, típicos do país que é. O que se sucedeu foram minutos de muito riso e alegria até a entrada de Dead Horse. Ah essa Dalton! Hehehe.

Chegamos, enfim a famosa Dead Horse!!! Estávamos felizes, logo avistamos nosso alojamento a esquerda, mas preferimos por seguir adiante e conhecer um pouco da cidade, além de abastecer as motos. Logo avistamos os amigos de Itajaí, que mais tarde nos acompanharam no jantar. A cidade é interessante, pois Dead Horse / Prudhoe Bay é constituída de containers, extrativista, montada para um terreno adverso, com todos os cuidados e estrutura para enfrentarem o inverno, rigorosíssimo. As obras ou "constructions"nas estradas são constantes, o Phermafrost não permite que durem por muito tempo, principalmente, nesta época do ano (verão), dizem ser melhor no inverno, pois congelados a solidez e condições das mesmas melhoram. 25% da extração de petróleo dos Estados Unidos provém do Alaska, o Pipe Line que nos acompanhou desde Fairbanks até aqui, leva petróleo e gás natural, uma obra fantástica, pois com toda dificuldade geográfica e topográfica, manter tudo isso não se torna tarefa fácil. Isso permite que haja, relativamente, poucos caminhões para escoamento do mesmo, são mais para dar suporte e abastecimento local.

A chegada onde morreu o cavalo! Fim da estrada!


Deadhorse, um acampamento de trabalho, organizado, mas sem beleza!

Ainda na nossa excursão pela cidade, aproveitamos para fazer a via sacra dos motociclistas que aqui se aventuram a chegar, passamos no Post Office  para carimbar os passaportes com Prudhoe Bay, chegamos a placa de Dead Horse, fim da Dalton Highway, onde fizemos alguns vídeos e vibramos com o feito! Grande Expedição 3 Américas!!! 
Ainda neste dia, depois de já alojados no camping (hotel de containers), fomos num ônibus de turismo a Prudhoe Bay, pois não mais se permite o trânsito de carros particulares o que inclui motos, por ser propriedade privada, provável por empresas de extração. O guia nos mostrou as principais unidades de extração, nos informando da importância do Alaska na economia estadunidense, nos mostrando ainda alguns animais típicos à beira da estrada no caminho para o oceano Ártico. Em trinta minutos, lá estávamos, agora sim no extremo Norte das Américas,  Prudhoe Bay! Missão cumprida, gostinho de vitória, algumas fotos no local que mesmo no verão apresentava temperatura de 0 grau, água gelada, pois tínhamos que tocar o Ártico, demarcando território após 25.100km, 63 dias de viagem. A realização de nós expedicionários era evidente!!!

O fim da Dalton Highway, daqui não dá pra subir. Quem sabe quando a ponte entre EUA e Rússia ficar pronta a gente não volte pra continuar?

Pequenos animais surgem o tempo todo ao longo da estrada!


Orgulho em chegarmos ao terceiro e principal destino. O ponto final da estrada, mais ao norte das américas!

Essa foto é especial para o amigo  Juan Gaete que auxiliou o Silvio no Peru, presentou-o com a bandeira do Brasil e firmou o compromisso de concluir a viagem e fazer a foto em Prudhoe Bay!

Contemplando e refletindo. Passamos algum tempo sozinhos, cada um com seus agradecimentos pessoais! Felicidade e realização!

Decidimos dormir cedo, pois a cidade não apresenta estrutura para diversão, bebidas alcóolicas são proibidas, mas a vontade de abrir um espumante ou um vinho, era um fato e consenso entre nós. O tempo, apesar de frio estava a nosso favor, após conversarmos, a decisão foi de seguir até Fairbanks, 800km. Acordamos cedinho, preparamos as motos, tomamos um café e próximo das 6am partimos!
O retorno na Dalton pode pregar peças, pois percebemos em vários dos trechos que de um dia para o outro, as condições mudam. Alguns locais com "loose gravel" do dia anterior, já estamam compactos, provável pelo Cloreto de Cálcio, que solidifica o terreno, dando uma condição melhor para pilotarmos, dando confiança para seguirmos numa tocada animada, em torno de 100 -110km/h. Vínhamos batendo papo, parando hora ou outra para algumas fotos, ansiosos para avistar mais animais, que até então tinha sido um motivo de frustração para a Expedição. Uns 150km após Dead Horse ali estava, o esperado Grizzly Bear ou Urso Pardo, um lindo exemplar, pelagem clara no dorso, mesmo há uns bons 100m de distância, bem visível.
Já voltando, avistamos o Grizzly - Símbolo do Alaska e muito grande. Apelido que o Achilles recebeu de um americano na estrada, por conta da barba!

Valentine tinha que chegar, e chegou, já na volta, as consequências do acidente começaram a dar trabalho! Obrigado ao Ivan, de Cusco, mecânico que arrumou a Valentine.

Foram 1300 km sem óleo nas bengalas dianteiras, sendo 800km de estrada de chão.! Valentine exigiu atenção, mas fez jus ao nome, deixando Silvio orgulhoso. Ao chegar em Anchorage, Estelita e Anita também apresentaram perda incipiente de óleo na suspensão dianteira.



Almoçamos, por volta das 14h em Cold Foot e seguimos para segunda parte. Já adaptados com o terreno, viemos rápido, numa boa tocada e chegamos em Fairbanks por volta das 19:30horas. Na ida fizemos o mesmo trecho em um dia e meio e na volta em somente em um dia, dado ao fato de já termos conhecido a estrada e por esta estar em melhores condições no dia da volta em relação ao dia anterior da ida.

Andamos num ritmo muito agradável pelas estradas de Loose Gravel!

Fazendo amigos!

A estrada desce e se curva como montanha russa, muito bonito e aprazível!

Mais um reparozinho!




Observem as duas motos na estrada lá ao longe e terão uma idéia da grandeza desses montes!









No dia seguinte, viemos para Anchorage a maior e na nossa opinião a mais bonita cidade do Alaska. Aqui despachamos as motos para Houston nos Estados Unidos e de lá serão despachadas para  o porto de Montevidéo no Uruguai ou de  Buenos Aires na Argentina. 
Aproveitamos um pouco de Anchorage, fazendo um city tour e indo ao zoo da cidade. A cidade é agradável, amistosa, com ruas largas, muitos estrangeiros trabalhando ou fazendo turismo. Em 1964 ocorreu um terremoto terrível aqui e com intensidade de 9,2 na escala Richter o segundo mais intenso da história.  A cidade tem 40% da frota de pequenos aviões dos Estados Unidos, pois tem várias localidades da região que só é possível chegar de avião. A cidade é portuária e  tem bons frutos do mar, como o famoso Crab.
Recomendamos em Anchorage!

Pesca de Salmão dentro da cidade em Anchorage! Show!

Famoso trem que corta o Alaska!


Aqui, encerra-se a Expedição 3 Américas! Muitas emoções e muitos agradecimentos aos nossos amigos e familiares que ficaram no Brasil, enviando bons pensamentos e torcendo entusiasticamente pelo sucesso da expedição! Agradecemos a todos que visitaram o nosso blog e nos acompanharam.
Oportunamente, postaremos os comentários individuais de cada viajante com o relato final da percepção de cada um. Fraternal abraço! 


Homenagem da expedição ao nosso amigo Nico Tozzo que acompanhou a nossa aventura e participou junto com seu filho André na campanha do abrigo.  Obrigado e Abraços Nico.
Nosso especialíssimo amigo Jairo, tratado carinhosamente por Magrão(por que será?...) o qual, junto com sua esposa Sandra já estiveram visitando o Alaska há alguns anos atrás. Muito obrigado por nos acompanhar, apoiar e participar da campanha do abrigo. Fraternal abraço Magrão!